Esse misterioso e procurado mamífero é o Esquilo-de-Cauda-Escamada-de-Camarões (Zenkerella insignis). Habitando áreas de florestas tropicais no Oeste da África, da República do Camarões até o Congo, os cientistas ainda não conhecem quase nada sobre essa espécie de roedor.

Com um comprimento corporal entre 18 e 23 cm e peso entre 180 e 220 gramas, a mais notável característica desse roedor, assim como outros integrantes da sua família (Anomaluridae), é a presença de dois "colares" de escamas na base da sua cauda, com a função provavelmente de facilitar a escalada em árvores por prevenir deslizes.

Outra notável característica desse esquilo é a ausência de membranas entre os membros. Com isso, essa é a única espécie da sua família que não consegue planar ao pular de galho em galho. E estudos recentes, analisando o DNA desse mamífero, mostraram que suas diferenças com os seus parentes mais próximos é bem grande, o que justificaria a criação de uma família separada (Zenkerellidae) apenas para o Z. insignis.

Quase nada se sabe sobre o seu comportamento em ambiente selvagem, incluindo reprodução, longevidade, alimentação e hábitos em geral. Diferente de outros membros da sua família, esse roedor parece ter hábitos diurnos, por não conseguir planar, e sua alimentação provavelmente engloba casca de árvores específicas como dieta principal, frutos, folhas, flores e, talvez, pequenos invertebrados.

Para se ter uma ideia, até hoje os cientistas não conseguiram capturar um único indivíduo vivo da espécie! Os testes recentes de DNA foram feitos a partir de três espécimes mortos encontrados. Todos os espécimes encontrados estão em museus, somando apenas 14 (três deles na imagem abaixo). E o pior é que os pesquisadores buscam arduamente por eles, porque esses roedores são considerados ´fósseis vivos´, por terem surgido há cerca de 49 milhões de anos atrás sem terem evoluído significativamente desde então. Ou seja, se adaptou muito bem ao ambiente e os cientistas querem saber mais sobre suas características e comportamentos. Apenas outros cinco mamíferos hoje são considerados fósseis vivos, como o Z. insignis sendo o único minimamente não estudado. Esse fato fez com que muitos no meio acadêmico o apelidassem de ´Pokémon Final´.


Dois espécimes mantidos em museu


Um dos recentes espécimes mortos usados para os testes de DNA 

Por ser uma espécie de ampla distribuição no seu território, o IUCN considera a espécie fora de qualquer ameaça de extinção, apesar de não existir praticamente nenhum sólido dado sobre a sua situação populacional. Especialistas estão planejando fazer em breve um amplo e árduo estudo sobre esse misterioso e elusivo animal para melhor entendê-lo e atestar seu verdadeiro estado de conservação, especialmente com o crescente desmatamento ocorrendo nas florestas africanas.

REFERÊNCIAS:
1. http://animaldiversity.org/accounts/Zenkerella_insignis/
2. http://www.iucnredlist.org/details/23204/0
3. http://keck.usc.edu/on-the-prowl-for-an-elusive-rodent-called-the-ultimate-pokemon/



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A Lontra-Marinha (Enhydra lutris) é uma das treze espécies de lontra (subfamília Lutrinae) ainda existentes no mundo, possuindo três subespécies: E. l. kenyonii - localizada em regiões do Alasca -, E. l. nereis - América do Norte -, e a E. l. lutris - Ásia.

Habitando áreas de águas temperadas costeiras e rochosas ou regiões marinhas com fundo de sedimentos macios, as lontras-marinhas possuem um comprimento entre 1 e 1,5 metros, e peso médio entre 16 e 39 kg, e com o machos sendo geralmente maiores e mais pesados. São animais muito simpáticos e repleto de curiosidades:

1. Elas são uma das poucas espécies de mamíferos que usam ferramentas para se alimentar - algo muito raro fora do grupo dos primatas. Nesse caso, elas usam pequenas pedras, ou até mesmo duras conchas, para abrir a concha de certos moluscos e exoesqueletos diversos de invertebrados antes de comê-los. Também usam algas para se prenderem enquanto estão descansando no mar - boiando de costas - ou prender os filhotes para que estes não se percam enquanto a mãe está caçando;

Lontra-Marinha com uma pedra em sua barriga usada para abrir conchas e duras carapaças

2. Elas possuem, nas duas pernas dianteiras, um volume de pele flácida a qual usam para coisas diversas. Mas o mais bacana é que elas usam esses "sacos" para guardar principalmente suas pedrinha preferidas que usam como ferramenta! Assim, podem ficar com as mãos livres para mergulhar e caçar.

3. Todo o seu corpo é adaptado para a vida aquática, possibilitando que elas nadem com facilidade e tornem-se mestres no meio marinho. Suas narinas e ouvidos podem se fechar quando ela mergulha, possui um corpo super hidrodinâmico, e suas patas possuem membranas interdigitais para facilitar o nado;

4. Elas passam a maior parte do tempo dentro do mar, mesmo podendo andar em terra firme. Geralmente só buscam refúgio em terra quando o mar está tempestuoso e perigoso;

5. Elas possuem a camada de pelo mais densa do reino animal. São entre 100 e 140 mil pelos por centímetro quadrado! Para você ter uma ideia desse absurdo, as raposas-do-ártico, conhecidas por terem uma das pelagens mais densas, possuem apenas 20 mil pelos por centímetro quadrado! Essa grossa e densa pelagem é necessária para as lontras-marinhas porque, diferente de outros mamíferos marinhos, como as baleias, elas não possuem uma camada de conservação térmica feita com uma ´gordura especial´ por debaixo da pele (conhecida como ´blubber´, em inglês). A pelagem mantém elas bem aquecidas durante sua longa estadia nas águas e evitam que a pele fique molhada (por baixo da pelagem principal, existe uma que prende ar atmosférico, dificultando a penetração de água até a superfície epitelial);

6. Adoram ficar nadando de costas! Aliás, como mostra uma das imagens abaixo, é o jeito preferido delas comerem seus alimentos. Suas pernas e patas anteriores são bem maiores do que as posteriores, sendo perfeitas para executar esse tipo de nado, mas tornam o andar em terra firme mais difícil (um dos motivos para elas gostarem de ficar mais na água). Além de nadar, gostam de descansar nessa posição;



7. Conseguem prender a respiração por quase 6 minutos, mesmo fazendo movimentos agitados dentro da água;

8. Possuem garras retráteis como a dos gatos, as quais servem para agarrar melhor o alimento no fundo do mar;

9. Elas são fundamentais para o bom equilíbrio dos locais marinhos onde vivem. Com um dos seus alimentos preferidos sendo o ouriço-do-mar (na imagem abaixo, uma delas está comendo vários ouriços-do-mar colocados sobre a sua barriga), elas controlam a população dessa espécie no mar (uma das poucas que fazem isso). Quando a população desses ouriços aumentam demais, as algas sofrem um grave declínio em sua população, já que são o jantar favorito deles. E as algas são uma das bases de sustentação de toda a vida marinha. Controlam bem também outras populações de invertebrados herbívoros que podem causar sérios danos às populações de algas;



10. São super brincalhonas e extrovertidas! Com pedrinhas, gravetos ou qualquer outra coisa que estiverem em mãos, elas arrumam uma festa, especialmente quando estão nadando de costas. Como gostam de andar em grupos, fazem uma algazarra uma com as outras!

Animais carnívoros, as lontras-marinhas comem um amplo espectro de presas, incluindo peixes e invertebrados diversos no mar, como ouriços-do-mar, caranguejos, estrelas-do-mar, polvos e lulas. Absorvem grande parte da água que necessitam desses animais, mas frequentemente também bebem água marinha para matarem a sede. As fêmeas tendem a se isolar dos machos, porque estes últimos sempre tentam roubar a comida delas.

Com uma expectativa de vida em torno de 23 anos, as lontras-marinhas estão entre vários mamíferos em que o óvulo fertilizado não segue seu caminho para ser fixado no útero (gravidez) até que as condições do meio sejam favoráveis, aumentando, assim, as chances de uma gravidez saudável. Os machos praticamente não ajudam em nada no cuidado das crias, sendo a fêmea a responsável por proteger, alimentar e orientar os filhotes. A idade sexual das fêmeas chega aos 4 anos de idade, enquanto a dos machos é entre 5 e 6 anos. Geralmente dão a luz a um filhote por ano.

Dois dos seus principais predadores naturais são os tubarões-brancos e as orcas, mas os coiotes representam grande perigo quando estão em terra firme. Porém, a grande ameaça para esses animais veio da mão humana. Entre os anos de 1700 e 1911, a caça pela sua densa e valiosa pelagem explodiu, levando a população antes estimada entre 150 e 300 mil ao redor do mundo a cair para números próximos da extinção, entre 1 mil e 2 mil indivíduos. Isso acionou a comunidade internacional a adotar estratégias e programas de conservação, banindo a caça dessa espécie. Tais medidas salvaram a lontra-marinha da extinção, mas os números ainda preocupam e, nos últimos 45 anos, sua população teve uma redução de mais de 50%, mantendo-a ainda sob perigo de extinção. Um grande derramamento de óleo em 1989 pela Exxon Valdez acabou matando cerca de 5 mil indivíduos, dando outro forte golpe na população do Alasca.

Além da caça humana, infecções por parasitas de gatos e gambás - especialmente dos primeiros, devido a uma má disposição das fezes das pessoas que possuem esses felinos como animais domésticos - também impõem forte ameaça para os indivíduos localizados na região da Califórnia, EUA.




REFERÊNCIAS:

1. http://animaldiversity.org/accounts/Enhydra_lutris/
2. http://www.iucnredlist.org/details/7750/0
3. http://www.nmfs.noaa.gov/pr/pdfs/sars/seaotter2008_ca.pdfhttps://www.fort.usgs.gov/sites/default/files/products/publications/2183/2183.pdf
4.https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24629902
5. https://pubs.usgs.gov/of/2015/1119/pdf/ofr20151119.pdf

6. http://www.bbc.com/earth/story/20170619-conservation-success-for-otters-on-the-brink



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O Brookesia micra - sem nome popular ainda - é uma espécie de camaleão descoberta em anos recentes e descrita em 2012. O que mais chama atenção nessa espécie é o seu tamanho: não muito maior do que uma típica formiga!

Com um comprimento total - incluindo a cauda - menor do que 3 centímetros em ambos os sexos (com o macho adulto tendendo a ser maior do que a fêmea), essa espécie, pertencente ao grupo dos camaleões-anões, rivaliza com duas espécies de lagartixas (Sphaerodactylus ariasae e S. parthenopion) como o menor réptil hoje conhecido. Desconsiderando a cauda, os machos dessa espécie alcançam, no máximo, os 1,6 cm de comprimento!
   
   

A extrema miniaturização dessa espécie pode ter sido resultado de uma adaptação evolutiva para permitir a sobrevivência de um máximo populacional na menor área habitável possível (melhor aproveitamento de recursos) ou de uma maior disponibilidade de locais exploratórios, seja para a busca por alimentos seja para encontrar mais refúgios contra predadores.

De hábitos diurnos, fica ativo durante o dia se alimentando de pequenos invertebrados e formigas, mostrando grande preferência em ficar empoleirado em galhos mortos de plantas. À noite, pode assumir vários modos de proteção enquanto se recolhe para o descanso, especialmente se posicionando como um folha morta. Sua coloração muda de uma tonalidade bem escura para uma bem esbranquiçada em resposta a estresses externos diversos. Sua expectativa de vida e hábitos de acasalamento ainda são desconhecidos, pelo escasso corpo de estudos ainda existentes sobre a espécie.

Típica mudança de cor da espécie

Nativa do ilhéu de Nosy Hara na província de Antsiranana, em Madagáscar, essa espécie é mais um fruto evolucionário único dessa grande e famosa ilha africana. Devido à sua aparente alta especialização florestal, comportamento não migratório e com a população localizada apenas em áreas de Nosy Hara, a espécie é considerada como em quase ameaça de conservação, sendo muito vulnerável à possíveis degradações ambientais, mudanças climáticas e turismo em seu habitat. Estudos recentes estimam que sua população total está entre 70 e 95 mil indivíduos.

Pesquisador observando um adulto fêmea de B. micra


REFERÊNCIAS:
1. http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0031314
2. http://www.iucnredlist.org/details/42687009/0
3. https://www.researchgate.net/publication/283706469_Habitat_selection_behavior_and_natural_history_of_the_newly_described_leaf_chameleon_Brookesia_micra_Reptilia_Squamata_Chamaeleontidae_Glaw_Kohler_Townsend_Vences_2012_on_Nosy_Hara_Madagascar




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Sem sombra de dúvidas, o Tiranossauro rex (Tyrannosaurus rex) é um dos mais conhecidos e famosos dinossauros. Único conhecido do seu gênero, o T. rex foi um dos maiores e mais temidos carnívoros de todos os tempos, são poucos os esqueletos coletados da espécie (cerca de 15), sendo o primeiro descoberto pelo curador do Museu Americano de História Natural, Barnum Brown. 
Em 1902, Barnum Brown, na época um curador assistente do departamento de paleontologia vertebrada no Museu Americano de História Natural, escavou o primero esqueleto parcial de um Tiranossauro rex na Formação Hell Creek, Montana. Nos próximos anos, ele e seu time de campo (imagem - Barnum no centro) encontraram outros espécimes no Oeste.

Com comprimento e altura corporal que podiam ultrapassar os 12 metros e 4 metros, respectivamente, e peso entre 5 e 7 toneladas, esse era um predador que você não iria gostar de ver pela frente. Suas características mais marcantes eram sua grande cabeça, grandes e afiados dentes, e pequenos braços. Pertencia ao grupo não-aviário dos terópodes, este o qual deu origem às aves.

Baseado nos dentes fossilizados encontrados, estes os quais eram afiados e serrados, acredita-se que não mastigava sua comida e, sim, engolia pedaços inteiros (talvez tão massivos quanto 230 kg), quebrando os ossos ali presentes. Em adição a isso, uma junção encontrada na mandíbula inferior provavelmente ajudava ele a absorver os impactos de choque de presas que se debatiam quando capturadas. Sua enorme cabeça (cerca de 1,5 metros) gerava poderosas mordidas - com força entre 13520 e 14335 N em um único dente, segundo estudos recentes (Ref.9) - e o seu forte pescoço o ajudava a arrancar os pedaços de carne da carcaça das suas presas.

Em relação à sua velocidade de corrida, não existe ainda um consenso entre os pesquisadores, mas analisando registros fósseis de pegadas, extrapola-se que os T. rex eram corredores lentos, desenvolvendo velocidades em torno de 16 km/h, algo que se aproxima da média de um corredor profissional humano. Quando primeiro foi analisado, seu esqueleto - especialmente as longas e poderosas pernas - sugeriam um animal que poderia ultrapassar velocidades de 70 km/h. Mas, depois, pesquisas de biomecânica, considerando peso, altura e estrutura óssea, concluíram que o T. rex era bem lento e talvez nem mesmo conseguia correr, no máximo andar rápido. Porém, pesquisas recentes começaram a sugerir que os dinossauros possuíam sangue entre frio e quente - "morno" - o que pode ser traduzido em uma maior capacidade de manter boas velocidades. Unindo todos os trabalhos científicos até o momento, assume-se que esses animais provavelmente corriam, mas com velocidades que não ultrapassavam muito os 16 km/h.
Lentos ou rápidos na corrida?

Outra controvérsia em relação ao T. rex é a já longa discussão sobre a presença ou não de penas em seu corpo. Ao contrário de diversas outras espécies de dinossauros terópodes, que claramente tinham penas por todo o corpo, existem poucas evidências para garantir que o T.rex também as tinham. Um estudo recente, publicado no Biology Letter (Ref.3), concluiu que ele não tinha penas como os seus parentes. O grupo de pesquisa, liderado pelo Dr. Phill Bell, da Universidade de New England, Austrália, analisou impressões fósseis de pele da espécie encontradas em Montana e também outros parentes que viveram no período final do Cretáceo na Ásia e partes da América do Norte, incluindo o Albbertosaurus e o Gorgosaurus. No final, os pesquisadores concluíram que o Tiranossauro rex parece ter tido escamas, como os répteis modernos, não uma plumagem pelo corpo inteiro. Segundo os pesquisadores responsáveis pelo novo estudo, o T.rex era muito grande para precisar de uma cobertura penosa com o objetivo de dificultar a perda de calor para o meio ao redor, portanto os novos achados fariam sentido. Mas outros pesquisadores são mais céticos. Para esses últimos, o T.rex poderia apenas ter menos penas do que o normal, assim como ocorre com os elefantes: os asiáticos, por serem menores e viverem em áreas florestais, são bem mais ´cabeludos´ do que os seus grandes parentes africanos, estes muito grandes e vivendo em áreas mais quentes.
Pele encontrada de um T. rex, fossilizada 

Cobertos de penas?

Em relação à sua expectativa de vida, os cientistas estimam que esses animais chegavam a um máximo de idade em torno dos 30 anos, a partir da análise de anéis encontrados em seus ossos fossilizados - assim como em troncos de árvores, às vezes anéis (figura abaixo) marcam períodos próximos de 1 ano ao longo do crescimento ósseo do animal. No T.rex, em específico, parece que seu crescimento era acelerado na adolescência - alcançando o tamanho adulto entre os 14 e 18 anos - e acabava morrendo jovem. 
Anéis de crescimento presentes na amostra óssea de um T. rex

Habitando o Oeste da América do Norte - fósseis foram encontrados em Estados como Montana e a Dakota do Sul e também em Alberta, Canadá -, os Tiranossauros rex viveram durante o final do período do Cretáceo , entre cerca de 100 e 65,5 milhões de anos atrás.


SUE é o esqueleto do mais bem preservado T. rex já encontrado (90% da constituição óssea conservada) e escavado próximo da cidade de Faith, Dakota do Sul. Está em exibição permanente no Museu de Campo de História Natural, em Chicago, Illinois

Descoberto em 2013, Trix é o esqueleto de T. rex mais velho já encontrado, com idade superior a 30 anos. Está em exposição no Centro Naturalis de Biodiversidade, em Leiden, Holanda



(1) Para saber mais: Dinossauros de sangue morno?


ATUALIZAÇÃO (09/07/17): Usando a técnica de Kinect Scan, pesquisadores jogaram por terra as duas prévias hipóteses sobre os misteriosos buracos nos ossos da mandíbula do crânio de SUE. Pelas hipóteses anteriores, ou os buracos foram feitos pela mordida de um dinossauro competidor ou eram frutos de uma infecção por protozoários providos da carne de uma presa contaminada. Mas os padrões irregulares encontrados e outros aspectos dos buracos obtidos do novo escaneamento não corroboram essas hipóteses. Mais pesquisas serão necessárias para decifrar o mistério. (Ref.10)

ATUALIZAÇÃO (23/10/17): Um novo fóssil de tiranossauro foi descoberto na região sul de Utah, EUA, e entregue ao Museu de História Natural de Utah, onde será melhor revelado, preparado e estudado. O fóssil é de aproximadamente 76 milhões de anos atrás e provavelmente representa a espécie Teratophoneus curriei. Essa espécie caminhou pela América do Norte entre 66 e 90 milhões de anos atrás, durante o Período Cretáceo Superior. Com, no mínimo, 75% dos seus ossos preservados, este é o mais completo esqueleto de um tiranossauro já descoberto no sul do território norte-americano (Ref.12).



Artigos Recomendados: 
  1. A Evolução Biológica é um FATO
  2. Os Pterossauros eram dinossauros?
  3. Como calcular a idade da Terra?
Referências
1. http://www.amnh.org/dinosaurs/tyrannosaurus-rex
2. http://www.amnh.org/exhibitions/dinosaurs-ancient-fossils-new-discoveries/theropod-biomechanics/the-problem-of-size
3. http://rsbl.royalsocietypublishing.org/
4. https://www.fieldmuseum.org/at-the-field/exhibitions/sue-t-rex
5. http://www.nms.ac.uk/explore/stories/natural-world/tyrannosaurus-rex/ 
6. https://t-rex.naturalis.nl/default.aspx
7. http://www.fasebj.org/content/31/1_Supplement/251.1.short
8. http://faculty.montgomerycollege.edu/gyouth/FP_examples/student_examples/yang_lin/intro.html
9. 5th Annual Meeting Canadian Society of Vertebrate Palaeontology,2017
10.http://news.mit.edu/2017/kinect-3-d-scan-t-rex-skull-0705
11. https://unews.utah.edu/newly-discovered-tyrannosaur-fossil-represents-the-most-complete-found-in-the-southwestern-u-s/

Peso´, neste artigo, está se referindo ao uso popular da palavra, ou seja, para indicar a ´massa´ do corpos aqui na Terra (já que a variação da força-peso na superfície do nosso planeta é bem pequena) 



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O Diabo-Espinhoso (Moloch horridus) é uma espécie de lagarto encontrada somente na Austrália, mais especificamente no Grande Deserto de Areia, no interior do país. Sua aparência assustadora lhe rendeu esse nome popular, embora seja também conhecido como ´Thorny Dragon´ (Dragão-Espinhoso) ou ´Mountain Devil´ (Demônio-da-Montanha).

Medindo entre 7,6 e 11 centímetros, e pesando entre 28,5 e 57 gramas - com as fêmeas sendo maiores do que os machos -, sua cobertura de espinhos é uma poderosa forma de proteção, dificultado bastante a vida dos predadores que tentam engoli-lo (os espinhos não possuem estrutura óssea interna, com exceção de dois na cabeça com uma tímida massa óssea presente). Outra proteção é a camuflagem: a cor da sua pele muda com a temperatura, sendo marrom ou oliva pela manhã e ficando amarela clara à tarde, quando a temperatura aumenta. Isso, junto com as cores expressas, faz com que ele se misture muito bem ao solo arenoso em que habita, tornando-o difícil de ser visto até mesmo por especialistas em sua busca. Além disso, eles possuem um outro truque: esse lagarto possui uma cabeça falsa atrás da verdadeira (seta branca na segunda imagem abaixo) e, quando um predador mira ela para ataque, o Diabo-Espinhoso se curva para deixá-la mais exposta, fazendo com que o atacante perca tempo com a mesma, podendo fazer este até mesmo desistir da investida. Essas três formas de proteção são essenciais para eles, já que são muito lentos. A expectativa de vida desses animais pode alcançar os 20 anos de idade, com um mínimo de 6 anos.
 
   

A alimentação do Diabo-Espinhoso é composta, exclusivamente, de formigas. Sua língua pegajosa é perfeita para a captura delas e sua boca é toda adaptada para comê-las. Costuma ingerir centenas desses insetos em questão de horas, com um total diário que pode ir de 750 até 2500 por dia. Com um estômago bem grande, precisa ingerir tais enormes quantidades devido ao relativo baixo valor nutricional das formigas gerado pela grande quantidade de quitina - estrutura que forma seu exoesqueleto - e compostos químicos indesejáveis, como ácido fórmico, em seus corpos. Geralmente esse lagarto não corre atrás das formigas, ficando imóveis e camuflados na espera delas passarem pelo seu caminho. Um fato a ser citado é que seu sistema digestivo muitas vezes é infestado de vermes nematelmintos - com platelmintos podendo estar presentes também. Provavelmente esses vermes usam as formigas como vetores.

Uma outra curiosidade é o modo de ingestão de água por esses animais. Na maior parte das vezes, eles não a bebem diretamente, mas esperam ela ser capturada pelos canais capilares presentes entre as escamas da pele, vinda de várias fontes, como a condensação desse líquido do ar atmosférico à noite, no frio intenso característico dos desertos. A água coletada dessa maneira vai escorrendo por canais higroscópicos (com alta afinidade por água) até chegar a sua boca. Quando chove, a absorção de água ocorre pelo mesmo mecanismo. Até mesmo a areia úmida pode abastecer suas micro estruturas de condução aquosa na pele, onde os capilares conseguem transportar a água mesmo contra a gravidade (sobe pelas pernas, por exemplo). Uma adaptação poderosa para a sobrevivência no clima árido em que vivem. No final, sua complexa textura espinhosa serve também para a coleta de água, não apenas defesa.

Os capilares presentes na sua pele funcionam como eficientes coletores de água

O Diabo-Espinhoso não parece encontrar-se ameaçado de extinção, sendo bastante comum nos desertos australianos. Análises ainda estão sendo feitas para averiguar o estado de conservação da espécie.

REFERÊNCIAS:
1. http://animaldiversity.org/accounts/Moloch_horridus/
2. http://support.iucnredlist.org/species/thorny-devil
3. http://digimorph.org/specimens/Moloch_horridus/whole/
4. http://www.zo.utexas.edu/faculty/pianka/moloch.html
5. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27807218



*´Peso´, neste artigo, está se referindo ao uso popular da palavra, ou seja, para indicar a ´massa´ do corpos aqui na Terra (já que a variação da força-peso na superfície do nosso planeta é bem pequena)



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Aqui, estamos diante de um dos animais mais ameaçados de extinção do mundo. A espécie em questão é a Vaquita (Phocoena sinus), um raríssimo cetáceo - no caso, um tipo de golfinho - endêmico do Golfo da Califórnia, México. Pouco sociável, é raro vê-lo acompanhado por outros da espécie, e é difícil de ser avistado no mar devido ao fato do mesmo gastar um ínfimo tempo na superfície para respirar, e de forma bastante tímida. Possui um comprimento médio de 1,5 m, peso entre 45 e 50 kg, e uma expectativa de vida de 21 anos. Com um corpo bem único, se alimenta de peixes, lulas e crustáceos. E, infelizmente, estão a um passo de desaparecerem do planeta.

Para tentar salvar a espécie, um plano de emergência foi esboçado pelo Comitê Internacional de Recuperação da Vaquita (CIRVA) e aprovado este ano. O plano ficou conhecido como VaquitaCPR (CPR - Conservação, Proteção e Recuperação) e receberá US$3 milhões do governo mexicano. Outros US$1 milhão de dólares foi doado pela Associação de Aquários e Zoológicos em Silver Spring, Maryland, EUA.

Em 1997, estudos estimaram que existiam cerca de 597 indivíduos restantes da espécie. Em 2015, as estimativas caíram para menos de 60 indivíduos. E, agora, é estimado que existam apenas 30 indivíduos no mundo! É agora ou nunca um plano para salvá-los, ou eles desaparecerão a qualquer momento!
Filhote de Vaquita na superfície

A estratégia do plano de recuperação consistirá em localizar e capturar os últimos indivíduos restantes e tentar fazer a população deles crescer em um ambiente controlado, livre de ameaças. Como nenhuma criação anterior desse animal havia sido feita, a ação será arriscada, mas nessa atual situação, será o tudo ou o nada. Essa mesma estratégia deu certo com o Condor-Californiano (Gymnogyps californianus), este o qual tinha uma população total de apenas 27 indivíduos na década de 1980.

A tarefa de localização e captura vai ser difícil, porque além das vaquitas serem difíceis de serem avistadas, seu número populacional (30) espalhado por uma área superior a 2000 quilômetros quadrados não ajuda em nada. Radares para localizarem os sons emitidos por esses animais (também usados para estimar o número total deles na área) serão usados. E mais um detalhe: as vaquitas só gostam de nadar sozinhas ou, no máximo, em pares, e poucas vezes foram vistas em grupos com mais de 7 indivíduos - especialmente agora.

A principal ameaça para as vaquitas são as redes de pesca, as quais acabam aprisionando diversas espécies além dos peixes visados. Apesar das mesmas serem proibidas nas regiões onde as vaquitas vivem, estas continuam desaparecendo, tendo-se pensado até em um completo banimento dessa prática de pesca em uma área muito maior no Golfo da Califórnia. O principal peixe ali na região que continua atraindo muitos pescadores é o grande Totoaba (Totoaba macdonaldi), o qual rende milhares de dólares no mercado negro chinês.
Vaquita morta ao ser apanhada por uma rede de pesca

Em outras palavras, o ser humano está quase causando outra extinção. Felizmente, temos muitos ainda que se importam com o meio ambiente e estão comprometidos em fazerem a diferença.


Referências:
1. http://www.nature.com/news/last-ditch-attempt-to-save-world-s-most-endangered-porpoise-gets-go-ahead-1.21791
2. https://www.eurekalert.org/pub_releases/2017-01/nmmf-iea011717.php

3. http://www.oers.ca/journal/volume8/issue1/article1.pdf
4. http://www.iucnredlist.org/details/17028/0

Imagem de capa: Pinterest

*´Peso´, neste artigo, está se referindo ao uso popular da palavra, ou seja, para indicar a ´massa´ do corpos aqui na Terra (já que a variação da força-peso na superfície do nosso planeta é bem pequena)



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